Poesias

Posso definir minhas poesias como suspiros..
São suspiros não ouvidos da minh'alma..
São suspiros insaciaveis do meu coração..
São desejos e verdades,mentiras inventadas..
São momentos em que se perde a razão..
São sentimentos que deixam a roupa suja lavada..
São desabafos,claro com emoção..
São disfeitas bem feitas..
São convites recusados..
São os sentimentos esquecidos..
São amores nunca amados..

Que você posso ler esse blog e suspirar comigo,talvez você se identifique com alguma poesia,talvez não..
Mas de verdade deixo aqui os suspiros eternos do meu coração..

domingo, 20 de maio de 2012

Orgulho




Sentei –me no jardim olhando as flores, havia algo errado dentro de mim, minha vida então perdeu todas as cores, não que eu possa dizer que antes era semelhante ao arco Iris, mas tenho certeza que nada era assim tão sem graça, na hora eu não pude ver, mas nem sempre a solidão nos abraça.
Às vezes a solidão até nos procura, mas encontra o nosso orgulho, e o que mais me assusta é saber que nem a solidão é capaz de tirá-lo de nós. Não sei se seria correto dizer que o orgulho nos mata enquanto na verdade ele nos impede de viver, afinal se pararmos para pensar em cada momento da nossa existência quantas oportunidades perdemos, quantas pessoas deixamos ir embora, quanta dor sofremos, quantos amores morreram porque nosso orgulho foi mais forte?
Quantas vezes eu quis ficar, ou então quis partir, mas o orgulho sempre parece me encantar e nunca consigo dele fugir, ele faz com que vejamos um mundo impossível, inexistente, e sem que percebamos ficamos contentes e não vemos o quanto com ele sempre, sempre pioramos. O orgulho no engana e depois nos maltrata, porque ele faz parecer que tudo esta bem quando na verdade estamos perto da desgraça.
Seria de grande valia mencionar todas as vezes que ele nos faz infeliz, porque quanto mais orgulho, mais somos autossuficientes, portanto donos do nosso nariz, começamos a achar que não precisamos de ninguém, que é possível alcançar a felicidade sozinho, enquanto que nada se pode fazer com intensidade sem uma boa companhia. Pensamos que não precisamos do amor, que não o temos que cultivar, mas o que somos de nós sem o amor? Ah, esse orgulho quer nos matar!
Sentada ainda, observando as flores, pude ver o quanto o orgulho é inútil, e parece que fui voltando a ver as cores e então pude entender que ele furta uma parte de nossa vida e ainda esfria por completo nosso coração, quando será que poderemos entender que o que prevalece nessa vida vai muito alem da razão, muito alem da nossa vontade, pudera eu um dia ir matar meu orgulho, queria ter essa capacidade, pois sinto que só assim me livrarei de tudo aquilo que me prende e tendo alcançado a minha felicidade, o orgulho me procurará e bem longe estarei bailando com a minha liberdade.


Carolina Trentino

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Leveza da felicidade




Sentei-me no chão da praça só para observar os pássaros cantando, não tenho culpa se eu estou achando graça porque acordei cantarolando, acontece que há em mim uma felicidade suprema, em outro tempo havia dor, mas pobrezinha era tão pequena, que agora nada sobrou. Sorri ao olhar meu café, porque era prazeroso sentir teu cheiro, o sol brilhou bem mais forte que me aqueceu o dia inteiro, e hoje nem é meu dia de sorte.

Sentei, sim, no chão da praça sem me preocupar se sujaria minha roupa, acho que há quem vá me olhar e dizer que eu estou louca, mas só consigo ouvir os pássaros a cantar. O vento esta frio, eu sei, mas nada parece me importar, e a leveza que há em mim ninguém pode tirar, não vá pensar que em enganei, pois eu acordei assim mesmo sorrindo, livre, leve, solta e com a sensação de que o mundo eu posso abraçar.

Talvez eu tenha acordado com um pouco de loucura, mas isso não é normal? Sinto que a felicidade é quem me procura e ela não vai me encontrar só lá no final, pois pouca felicidade para mim não é o suficiente, quero mais, quero bastante, quero um querer diferente, quero a felicidade a todo instante.

Acordei talvez muito mudada, talvez seja o peso de toda duvida que eu carregava em meus ombros, ou talvez fosse um sentimento mal resolvido, ou seja porque não me faz falta aquele que um dia possa ter partido. Mas a verdade, talvez a mais singela é que eu não sei porque acordei assim apenas sorri para a felicidade e sinto que ela nunca mais desgrudará de mim.


Carolina Trentino

domingo, 13 de maio de 2012

Sonhos




 Deitei-me sob o céu nublado de uma noite fria para quem sabe algo entender sobre os nossos sonhos, de onde eles surgem, ou pra que surgem, ou pra onde querem nos arrastar? Talvez sonhamos com aquilo que mais nos preocupa, ou com aquela pessoa em quem durante o dia ficamos a pensar, talvez com algo que temos medo, ou quem sabe com algo que muito desejamos, quem é que nunca sonhou com algo e disse que não sabia o motivo de tal sonho, mas na nudez de sua própria alma compreendia exatamente porque havia sonhado?
Olho para o céu e muito desejo ver as estrelas e a lua, mas as nuvens não me permitem, será que meu anseio me faria capaz de sonhar com uma noite enluarada? Penso eu com toda a minha solidão de uma noite vazia, que talvez os nossos sonhos sejam um desabafo de nossas almas inquietas, que veem, sentem, sofrem e choram em silencio, talvez elas usem os sonhos para esboçar uma pseudo realidade que as ajudem a suportar tantas ansiedades.
Quem sabe os sonhos venham para nos ajudar, nos fazer matar a saudade de alguém que por algum motivo foi embora, ou para nos mostrar como algo teria sido, ou então como poderá ser, quem sabe ele não venha para expor nossos desejos reprimidos, ou para algo nos fazer entender. Sonhos, (ah!) os sonhos, quanto e quantos não invadem nossas noites ao longo de nossa existência, quantos não nos fazem grandes apesar de nossa insignificância, ou que nos fazem ver a verdade apesar de nossa ignorância, quantos? E os ignorados, esquecidos, rejeitados, o que acontece com eles? Ninguém sabe, ninguém mais viu, apenas se foram, talvez fosse adequado dizer que um sonho rejeitado não existiu, pois se não marcou ninguém é o mesmo que não ter sonhado.
A chuva quer chegar tímida, e ainda não consegui dormir, mas muito desejo dormir e sonhar, sonhar com um amor possível, com uma vida diferente, com alguém que queira me amar e se não for ser muito exigente, que esse sonho vire realidade fazendo o dia amanhecer diferente.


Carolina Trentino

sábado, 12 de maio de 2012

Esquecer




Sentei-me para tentar entender o motivo de eu pensar tanto em você. Não que eu realmente acreditasse que poderia chegar a alguma conclusão lúcida, mas queria que fosse possível chegar a algum lugar. É certo que minha razão quer por um fim nessa confusão, mas há algo em mim que não deixa, que não quer, que em meio a dor ainda insiste. Sei que agora já nada mais é como antes, que o que fomos agora faz parte do passado, que talvez você olhe pra mim e não sinta mais nada, mas mesmo assim nada parece ser capaz de tirar você de dentro de mim.

A todo o momento eu fico a relembrar cada detalhe, confesso me dói de cada um lembrar perfeitamente, do seu jeito doce, do seu olhar sereno, do toque de suas mãos, do seu sorriso, de sua eterna mania de mexer no cabelo e da sua voz dizendo em meu ouvido que me amava.

Queria poder dizer que quero te esquecer, mas não quero e nem o faço, me contento em te ter em minhas lembranças e a noite sonhar te ter em meus braços. Gosto de estar perto, mesmo que eu saiba que teu olhar, o teu sorriso, a tua boca, o teu coração, você, nada agora me pertence, mesmo que hoje você pertença a outro alguém, e mesmo que nada faça sentido, eu espero por um dia em que você possa estar novamente comigo.

Queria poder te olhar e dizer que assim como você conseguiu me esquecer, um dia eu também o faria, mas eu não tenho sequer vontade de esquecer, eu gosto dessa parte de mim que te pertence, cuido dela para que você não morra em mim, por mais que pareça um absurdo te quero pra sempre, mesmo que eu te tenha apenas em lembranças. Sei quanto me dói, sei que vai doer pra sempre, mas mesmo assim o lugar em mim que lhe foi dado por mais ninguém poderá ser ocupado.


Carolina Trentino.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Embaraço




Caminhei buscando conhecer
Um novo mundo,
Outro horizonte,
Se o dia amanhecer.

Cantei uma velha canção
Mudei a letra,
Senti o som,
Despertou o coração.

Vi de longe o seu corpo
Não era,
Não quero,
Sinto-me morto.

A noite vai chegar
Desejo a lua,
Por detrás das nuvens
A me tocar.

No peito um embaraço
Pois quero,
Mas não tenho
Teu abraço.



Carolina Trentino

quarta-feira, 9 de maio de 2012

De mim levar





A chuva batia insistente em minha janela, enquanto eu olhava para meu café vendo-o esfriar. Ainda era de manhã, mas eu já me sentia cansada. É, cansada de quem vem para nada acrescentar e ainda consegue, de mim, levar algo. Cansei de quem vem com falsas promessas, frios abraços, palavras vazias, sorrisos forçados e ainda segura minha mão hesitante.
Acabei por perceber que eu nada tenho a oferecer, mas ainda assim há quem consiga algo de mim levar, e se vai com um pouco da minha esperança, da minha alegria, uma parte da minha confiança, a melhor parte dos meus sonhos e a minha autonomia.Se vai com uma parte de mim que eu jamais poderei recuperar, pois agora já não me pertence, sinto como se de mim faltasse um grande pedaço.
Não poderia negar que quem parte também deixa algo, mas quem disse que esse algo é desejado, é útil ou que eu queria que esse algo fizesse parte de mim? Afinal quem parte não deixa nada mais do que saudade, dor, solidão, tristeza, deixando ainda a sombria realidade e também aquela lagrima que nunca sai de nosso olhar.
Por que agora lhe faço um pedido se quiserdes vir, venha, venha sim, e sem demora, mas que chegue sem bagagem, não traga nada, nem sorriso forçado, nem promessa falsa ou palavras vazias e não pense em segurar a minha mão ou me abraçar friamente, se não vieres para ficar venha assim apenas com sua livre alma, pois bem sei eu que se não trouxeres nada, verás em meus olhos o desespero por saber que você irá partir cedo ou tarde, e indo embora não me levará nada.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Viajantes





Sentei-me já cansada desses viajantes
Pensam que podem ir a todo lugar
Não há nada que, intensamente, os encante
Nem quem os faça, finalmente, parar

Eles chegam sem nada dizer, mas a nos tocar
Não, eles não vão algo prometer
Porque eles sabem que nunca vem para ficar
E muito pouco é o que eles podem nos oferecer

Chegam e em meio ao silencio tudo estão observando,
Não entendemos o que esta acontecendo
Pois os corações mais bobos já estão gostando
Dessa sensação de a outro estar pertencendo

Estive cansada de quem pouco vem e algo quer levar
Pois um pouco de mim, a todo preço quer ter
Foi quando eu pude infelizmente notar
O quão pouco é, tudo o que eu tenho para oferecer


Carolina Trentino

sábado, 5 de maio de 2012

Dentro de uma garrafa




Sentei-me na areia, e pude contemplar
Tudo aquilo que antes não havia sentido
Eu finalmente entendi olhando o mar
Sabia, agora, o que acontecia comigo

O mar trazia as ondas, porem também as levava
E o vento trazia teu cheiro que me enlouquece
Então eu vi que o sol, timidamente, brilhava
Foi quando pude perceber que ninguém esquece

O esquecimento não vem com o tempo
Alias o esquecimento jamais há de vir
Você percebe que aquele momento
Dentro de você nunca deixará de existir

O motivo de ser inesquecível ninguém sabe
Apenas andamos carregando as lembranças
Muitas vezes a solidão chega e traz a saudade
E ao mesmo tempo faz desaparecer a esperança

Olhando para o mar e ainda sentindo teu perfume
Percebo o quanto eu sou incapaz de caminhar
Pois te querer já é mais do que costume
Será que o mar não poderia tudo levar?

Dentro de uma garrafa, tudo, eu colocaria
Colocando a tampa e jogando ao mar
Quem sabe em outro continente encontraria
Alguém que pudesse dessa dor comigo compartilhar



Carolina Trentino

terça-feira, 1 de maio de 2012

Buraco




Queria poder cavar um buraco bem fundo
E nele poder jogar todas as minhas dores
Essas mesmas que aparentam ser de outro mundo
Essas que chegam junto com os amores

Queria nesse buraco pode jogar
O que sinto por quem não merece
E quem sabe eu deixaria de amar
Pois sigo amando quem  sempre me esquece

Um buraco que ainda coubesse
Tudo aquilo que em mim não cabe
Esse sentimento que a cada dia me entristece
Pudera eu me desfazer de tanta saudade

Nesse buraco também caberia
Tudo aquilo que espanta o riso
Eu ficaria apenas comum pouco de alegria
Pois tenho fé que ela trará tudo que preciso


Carolina Trentino