Sentei –me no jardim olhando as
flores, havia algo errado dentro de mim, minha vida então perdeu todas as
cores, não que eu possa dizer que antes era semelhante ao arco Iris, mas tenho
certeza que nada era assim tão sem graça, na hora eu não pude ver, mas nem
sempre a solidão nos abraça.
Às vezes a solidão até nos
procura, mas encontra o nosso orgulho, e o que mais me assusta é saber que nem
a solidão é capaz de tirá-lo de nós. Não sei se seria correto dizer que o
orgulho nos mata enquanto na verdade ele nos impede de viver, afinal se
pararmos para pensar em cada momento da nossa existência quantas oportunidades
perdemos, quantas pessoas deixamos ir embora, quanta dor sofremos, quantos
amores morreram porque nosso orgulho foi mais forte?
Quantas vezes eu quis ficar, ou
então quis partir, mas o orgulho sempre parece me encantar e nunca consigo dele
fugir, ele faz com que vejamos um mundo impossível, inexistente, e sem que
percebamos ficamos contentes e não vemos o quanto com ele sempre, sempre
pioramos. O orgulho no engana e depois nos maltrata, porque ele faz parecer que
tudo esta bem quando na verdade estamos perto da desgraça.
Seria de grande valia mencionar
todas as vezes que ele nos faz infeliz, porque quanto mais orgulho, mais somos autossuficientes,
portanto donos do nosso nariz, começamos a achar que não precisamos de ninguém,
que é possível alcançar a felicidade sozinho, enquanto que nada se pode fazer
com intensidade sem uma boa companhia. Pensamos que não precisamos do amor, que
não o temos que cultivar, mas o que somos de nós sem o amor? Ah, esse orgulho
quer nos matar!
Sentada ainda, observando as flores, pude ver o quanto o
orgulho é inútil, e parece que fui voltando a ver as cores e então pude entender
que ele furta uma parte de nossa vida e ainda esfria por completo nosso
coração, quando será que poderemos entender que o que prevalece nessa vida vai muito
alem da razão, muito alem da nossa vontade, pudera eu um dia ir matar meu
orgulho, queria ter essa capacidade, pois sinto que só assim me livrarei de
tudo aquilo que me prende e tendo alcançado a minha felicidade, o orgulho me
procurará e bem longe estarei bailando com a minha liberdade.
Carolina Trentino