Deitei-me sob o céu nublado de
uma noite fria para quem sabe algo entender sobre os nossos sonhos, de onde
eles surgem, ou pra que surgem, ou pra onde querem nos arrastar? Talvez
sonhamos com aquilo que mais nos preocupa, ou com aquela pessoa em quem durante
o dia ficamos a pensar, talvez com algo que temos medo, ou quem sabe com algo
que muito desejamos, quem é que nunca sonhou com algo e disse que não sabia o
motivo de tal sonho, mas na nudez de sua própria alma compreendia exatamente
porque havia sonhado?
Olho para o céu e muito desejo
ver as estrelas e a lua, mas as nuvens não me permitem, será que meu anseio me
faria capaz de sonhar com uma noite enluarada? Penso eu com toda a minha
solidão de uma noite vazia, que talvez os nossos sonhos sejam um desabafo de nossas
almas inquietas, que veem, sentem, sofrem e choram em silencio, talvez elas
usem os sonhos para esboçar uma pseudo realidade que as ajudem a suportar
tantas ansiedades.
Quem sabe os sonhos venham para
nos ajudar, nos fazer matar a saudade de alguém que por algum motivo foi
embora, ou para nos mostrar como algo teria sido, ou então como poderá ser,
quem sabe ele não venha para expor nossos desejos reprimidos, ou para algo nos
fazer entender. Sonhos, (ah!) os sonhos, quanto e quantos não invadem nossas
noites ao longo de nossa existência, quantos não nos fazem grandes apesar de
nossa insignificância, ou que nos fazem ver a verdade apesar de nossa ignorância,
quantos? E os ignorados, esquecidos, rejeitados, o que acontece com eles? Ninguém
sabe, ninguém mais viu, apenas se foram, talvez fosse adequado dizer que um
sonho rejeitado não existiu, pois se não marcou ninguém é o mesmo que não ter
sonhado.
A chuva quer chegar tímida, e
ainda não consegui dormir, mas muito desejo dormir e sonhar, sonhar com um amor
possível, com uma vida diferente, com alguém que queira me amar e se não for ser
muito exigente, que esse sonho vire realidade fazendo o dia amanhecer
diferente.
Carolina Trentino
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