Sentei-me para tentar entender o
motivo de eu pensar tanto em você. Não que eu realmente acreditasse que poderia
chegar a alguma conclusão lúcida, mas queria que fosse possível chegar a algum
lugar. É certo que minha razão quer por um fim nessa confusão, mas há algo em
mim que não deixa, que não quer, que em meio a dor ainda insiste. Sei que agora
já nada mais é como antes, que o que fomos agora faz parte do passado, que
talvez você olhe pra mim e não sinta mais nada, mas mesmo assim nada parece ser
capaz de tirar você de dentro de mim.
A todo o momento eu fico a
relembrar cada detalhe, confesso me dói de cada um lembrar perfeitamente,
do seu jeito doce, do seu olhar sereno, do toque de suas mãos, do seu sorriso,
de sua eterna mania de mexer no cabelo e da sua voz dizendo em meu ouvido que
me amava.
Queria poder dizer que quero te
esquecer, mas não quero e nem o faço, me contento em te ter em minhas
lembranças e a noite sonhar te ter em meus braços. Gosto de estar perto, mesmo
que eu saiba que teu olhar, o teu sorriso, a tua boca, o teu coração, você,
nada agora me pertence, mesmo que hoje você pertença a outro alguém, e mesmo
que nada faça sentido, eu espero por um dia em que você possa estar novamente
comigo.
Queria poder te olhar e dizer que
assim como você conseguiu me esquecer, um dia eu também o faria, mas eu não
tenho sequer vontade de esquecer, eu gosto dessa parte de mim que te pertence,
cuido dela para que você não morra em mim, por mais que pareça um absurdo te
quero pra sempre, mesmo que eu te tenha apenas em lembranças. Sei quanto me
dói, sei que vai doer pra sempre, mas mesmo assim o lugar em mim que lhe foi
dado por mais ninguém poderá ser ocupado.
Carolina Trentino.
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