Do sol brilha lá fora
Me lembro de quando a vida
Não trazia lembranças de outrora
Mas a felicidade de se viver o agora
Sinto
Talvez uma dor a angustiar-me
Enquanto ainda tento viver
Mais parece que a vida
quer sufocar-me
E insiste em fazer duvidar-me
Dos motivo do meu nascer
Paro
Por um instante e sinto-me
em uma prisão
Olho o tudo que me rodeia
E perco tudo, tanto o amor
quanto a razão
Sinto meus olhos
como cheios de areia
Penso
Em que talvez pudesse
ter feito tudo diferente
O que eu poderia ter mudado
Mas me parece que nada
é muito eloquente
Meu coração grita
apesar de estar calado
Me levanto
Da cadeira de onde estou
Me encontro a um
ou dois passos da sala
E por de mais distante
de quem sou
Talvez seja porque
minha alma se cala
Me sento
Novamente e tento me encontrar
Procuro o meu eu
Onde ele pode estar?
Nem debaixo do tapete,
no banheiro ou no armário
Mas dentro de mim,
talvez em outro cenário
Procuro
E procuro e continuo a procurar
Quem sabe me encontro
Numa esquina, ou em outro lugar
Mas decidido estou a não parar
Não me encontro
Talvez não seja o dia nem a hora
Para eu me encontrar
Talvez o depois seja o agora
E eu consiga me achar
Descanso
Mas não desisto de
minha busca terminar
Não importa onde for
Se na terra, céu ou mar,
Nada importa
Porque vou procurar
O remédio
Para o meu tédio é me procurar
Procuro dia e noite
E não sei quando vou parar
Pode ser além do horizonte,
não me importa o lugar
Sento-me novamente
Agora numa mesa
em algum lugar
Acabo de chegar,
sem hora para partir
Peço algo para
minha sede matar
Até quando tudo
poderá existir?
Pago a minha conta
Com muita dor,
ainda não encontrei
Passam dias e noites
E minha busca não finalizei
Mas não desisto, se me perdi
Ainda me acharei
Passa muito tempo
E com essa dor que
já não agüento
E já logo ao fim da vida
No meio leito de morte,
ainda resta-me sorte
pois agora me encontrei!
E não preciso de nada a mais
Pois agora já me é tarde
E descanso em paz
Carolina Trentino
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